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sábado, dezembro 28, 2024

Dr. Wertham contra o Super-Homem


Dr. Wertham contra o Super-Homem
por Fabio Marques

O infâme Dr. Fredric Wertham foi um psiquiatra preocupado com o que ele via como a decadência moral da juventude americana nos anos 40 e 50. Ele se tornou um dos críticos mais proeminentes dos quadrinhos no meio do século XX. Em seu livro de 1954, Sedução do Inocente, Wertham acusou os quadrinhos de promover delinquência juvenil, comportamento violento e desvios sexuais. Entre seus alvos estava o Super-Homem, da DC Comics, um personagem criado, ironicamente, para representar esperança, justiça e integridade moral.

Wertham afirmava que as habilidades sobre-humanas e a justiça vigilante do Super-Homem incentivavam as crianças a rejeitar a autoridade e adotar comportamentos imprudentes. Ele argumentava que a capacidade de Superman de desafiar leis convencionais poderia inspirar os jovens leitores a agir fora das normas sociais. Em uma passagem particularmente infame, Wertham sugeriu que os feitos de força de Superman poderiam incitar fantasias de poder entre os jovens impressionáveis, levando-os a um caminho de ilegalidade.

Fredric Wertham fez comparações extremamente controversas entre o Homem de Aço, criado pelos judeus Jerry Siegel e Joe Shuster, e ideologias opressivas, incluindo o nazismo, as S.S. e a supremacia branca, em suas críticas aos quadrinhos. Ele alegava que o Super-Homem representava uma figura autoritária que promovia a idéia de uma "raça superior" devido às suas habilidades sobre-humanas e invulnerabilidade, interpretando o personagem como um reflexo de ideais elitistas e antidemocráticos.

Wertham chegou a afirmar que o emblema do "S" no peito do personagem evocava uma conexão simbólica com as temidas S.S. nazistas, e que as narrativas envolvendo o herói derrotando inimigos mais fracos reforçavam mensagens de dominação racial e cultural. Essas interpretações, no entanto, ignoravam completamente as raízes do personagem como um defensor da justiça social, criado por dois jovens judeus, Jerry Siegel e Joe Shuster, que criaram o Super-Homem como uma resposta às ameaças fascistas da época e como um símbolo de esperança e igualdade.

As alegações de Wertham não se limitavam ao Super-Homem; ele condenava todos os quadrinhos de super-heróis, sugerindo que glorificavam a violência e minavam os valores tradicionais. Ele argumentava que a representação de heróis maiores que a vida, lutando contra vilões, poderia dessensibilizar as crianças para as consequências do mundo real, fomentando um apetite por agressão.

Joe Shuster, co-criador do Superman ao lado do roteirista Jerry Siegel, enfrentou sua própria dose de controvérsia nos anos pós-guerra. No final da década de 1940 e início da década de 1950, Shuster já não estava mais associado aos quadrinhos do Super-Homem devido a disputas com a DC Comics sobre direitos e compensação. Cego dos dois olhos e lutando financeiramente, Shuster recorreu a outras formas de ilustração para sobreviver. Entre seus trabalhos menos conhecidos estava a série de quadrinhos fetichistas Nights of Horror, uma coleção de ilustrações underground que retratavam temas de bondage e sadomasoquismo.

Embora Nights of Horror fosse obscuro, e o envolvimento de Shuster desconhecido do público pois ele colaborou anonimamente, a série foi considerada pornográfica e foi alvo de intenso escrutínio durante o julgamento dos Brooklyn Thrill Killers, uma gangue de adolescentes que, em 1954, cometeu uma série de crimes violentos, incluindo assassinato, em Nova York. O líder da gangue, Jack Koslow, afirmou que Nights of Horror havia influenciado seu comportamento, provocando indignação generalizada. O julgamento sensacionalista e a cobertura da mídia ligaram as ilustrações aos atos brutais da gangue, alimentando ainda mais os argumentos de Wertham sobre os perigos dos quadrinhos e do conteúdo lascivo.

Embora a conexão de Shuster com Nights of Horror fosse tangencial aos crimes, Wertham e seus aliados exploraram o caso para argumentar que os quadrinhos e a mídia relacionada corrompiam as mentes jovens. A ligação era, no mínimo, tênue; os crimes dos Brooklyn Thrill Killers estavam enraizados em questões sociais e psicológicas mais profundas, em vez da influência de material underground de nicho. No entanto, o incidente deu mais força à campanha de Wertham.

A campanha implacável de Wertham, amplificada pela indignação pública e pela cobertura sensacionalista da mídia, levou a audiências no Senado sobre delinquência juvenil e quadrinhos em 1954. Temendo a intervenção do governo, os editores estabeleceram o Comics Code Authority, um órgão autorregulador que impôs diretrizes rigorosas ao conteúdo dos quadrinhos. O Super-Homem e outros heróis, que já eram símbolos de moralidade, foram ainda mais higienizados para se alinharem aos novos padrões. O outrora vibrante meio dos quadrinhos entrou em um período de estagnação criativa, com os editores evitando qualquer conteúdo que pudesse atrair controvérsia.

Shuster, por sua vez, mergulhou ainda mais no obscurantismo. A mancha de sua ligação com Nights of Horror nunca foi conhecida naquela época, embora seu trabalho em Super-Homem tenha ganhado novo reconhecimento nas décadas seguintes.

Com o passar do tempo, os argumentos de Fredric Wertham foram amplamente desacreditados. Seus métodos de pesquisa revelaram-se profundamente falhos, baseados em evidências anedóticas, dados seletivos e conclusões sensacionalistas. Estudos posteriores não encontraram nenhuma ligação definitiva entre os quadrinhos e a delinquência juvenil, destacando, em vez disso, que tal comportamento geralmente derivava de fatores econômicos, familiares e sociais.

A cruzada de Wertham contra os quadrinhos pode ter nascido de uma preocupação genuína com a juventude, mas foi, em última análise, equivocada e prejudicial. Wertham não era apenas um psiquiatra com preocupações sobre a juventude, ele também demonstrava uma clara ambição de se tornar uma figura pública influente. Sua cruzada contra os quadrinhos, especialmente a publicação de Sedução do Inocente em 1954, foi estrategicamente projetada para atrair atenção nacional e consolidar sua reputação como um defensor da moralidade. Ele frequentemente fazia declarações sensacionalistas e usava argumentos chocantes para capturar o interesse da mídia e do público. Numa época marcada pelo McCarthismo e a caça as bruxas na política americana, Wertham aproveitou o crescente pânico moral da época para se colocar no centro das discussões sobre delinquência juvenil, testemunhando em audiências no Senado e aparecendo em jornais e revistas de grande circulação. Embora suas intenções possam ter sido parcialmente altruístas, o desejo de notoriedade permeava suas ações, e sua abordagem muitas vezes exagerada e desonesta sugere que ele estava tão interessado em promover sua própria fama quanto em proteger a juventude.

O Super-Homem, longe de ser uma influência corruptora, perdurou como um ícone global de virtude e inspiração. O personagem serviu como modelo para gerações, demonstrando os valores de compaixão, coragem e justiça. Da mesma forma, os crimes hediondos dos Brooklyn Thrill Killers não podem ser atribuídos de forma justa a Nights of Horror ou a qualquer outra forma de mídia; a conexão foi um bode expiatório conveniente, e não uma causa substancial.

Sua vilificação do Super-Homem e da indústria de quadrinhos sufocou a criatividade e deturpou o potencial do meio como uma força para o bem. Hoje, o Homem de Aço permanece como um testemunho do poder duradouro da narrativa e da resiliência de criadores como Jerry Siegel e Joe Shuster, cuja visão continua a inspirar o mundo.

terça-feira, fevereiro 18, 2020

As Melhores Histórias de Quadrinhos do Super-Homem: A Morte do Super-Homem

As Melhores Histórias de Quadrinhos do Super-Homem

The Death of Superman
"The Death of Superman"
Superman vol. 1 #149 (Novembro de 1961)

Escrita por Jerry Siegel
Desenhada por Curt Swan
Finalizada por George Klein
Letras por Ira Schnapp
Editada por Mort Weisinger
Capa por Curt Swan e George Klein
Editor Executivo Whitney Ellsworth

Publicada no Brasil em:
Superman BI 1ª Série #32 (EBAL, Julho de 1970)
Coleção Invictus #17 (Nova Sampa, Março de 1995)
Superman Antologia (Panini Comics, Novembro de 2020)

O que aconteceria se o co-criador do Super-Homem escrevesse a derradeira história do Homem de Aço. E no final das contas essa é a premissa de “The Death of Superman” escrita por ninguém mais, ninguém menos que o próprio Jerry Siegel. Depois de ter processado a National Publications em 1948, Siegel e Shuster perderam seu contrato de exclusividade que tinham desde 1938 e deixaram o Super-Homem para nunca mais voltar...

Até que, 11 anos depois, Joanne Siegel, antiga namorada de Joe, esposa de Jerry e modelo original da Lois Lane, telefonou para o editor do Super-Homem Mort Weisinger e exigiu que Mort desse uma oportunidade para seu marido voltar a escrever quadrinhos na DC. Weisinger permitiu que ele voltasse a escrever histórias, mesmo do Homem de Aço, com a condição que ele recebesse o mesmo valor por página que qualquer outro escritor freelancer e que nunca mais voltasse a falar sobre os direitos autorais do personagem kryptoniano. Durante essa fase anônima, onde ele não creditado como autor das histórias, Siegel novamente revolucionou seu personagem.

Publicada na título mensal do herói em novembro de 1961, Jerry dividiu a história em três partes, nela ele visita ínumeros os mitos e personagens do Homem de Aço, alguns criados por ele e Shuster, outros criados durante sua ausência. Mas principalmente, nessa história imaginária, ele transforma Lex Luthor no mais brutal e maquiavélico vilão dos quadrinhos. Luthor cria um plano final, sagaz e diabólico, para eliminar seu arqui-inimigo definitivamente. E tem sucesso, no fim da história o Super-Homem morre e continuo morto. E diferente de qualquer outro vilão de quadrinhos, filmes ou séries, Luthor não faz um grande monólogo para contar seu plano. Ele se aproveita da bondade e ingenuidade do Super-Homem para atraí-lo e traí-lo. E finalmente quando ele aniquila o Homem de Aço com uma dose mortal de kryptonita, além de ficar ao lado do corpo esverdeado e moribundo, ele força de forma sádica que os melhores amigos do herói: Lois, Jimmy e Perry; vejam a morte em pessoa e ao fim, numa frieza brutal, ele verifica clinicamente que o kryptoniano está morto e comemora a vitória na frente de todos. Mesmo a capa original da revista é pesada para os dias de hoje. Só se pode imaginar como o Comics Code Authority aprovou uma capa tão mórbida.

O texto de Siegel, como sempre, é simples e cadenciado mantendo o leitor preso a narrativa até o final revelador e surpreendentemente arrepiante, a construção da história é típica do auge da Era de Prata, principalmente para uma história imaginária, mas devido ao tema que explora, essa narrativa é especialmente emotiva e intensamente madura para uma história da fase editada por Weisinger, é patente que Siegel definitivamente queria matar o Super-Homem, talvez devido aos vários anos de ostracismo profissional que ele vivia. Talvez fosse mágoa por tudo que Donenfeld e Liebowitz tinha feito ele passar. Talvez fosse a tristeza de ter visto seu personagem ter sido tirado de suas mãos.

Para acompanhar o texto de Siegel, Weisinger acertadamente escalou o principal artista da editora, Curt Swan. Nada tão perfeito poderia ter aconteceido, o lendário desenhista do Super-Homem, que fez o personagem por 30 anos praticamente ininterruptos, entrega uma obra-prima visual. É possível sentir toda a carga emocional nas linhas clássicas de Swan. E apesar de melodramática, a arte é leve, perfeita e bonita, George Klein capricha na arte-final e evita sair do traço original de Swan, mantendo o estilo clássico e icônico do artista.

E uma pena que no Brasil, que essa história só tenha sido republicada por aqui em preto-e-branco tanto pela EBAL em maio de 1970 quanto na última vez pela Nova Sampa na Coleção Invictus #17 no longíquo março de 1995. Nos EUA, a DC Comics já a republicou sete vezes com especial destaque nos encadernados de aniversário de 50 anos e 75 anos do personagem celebrando as melhores histórias do Super-Homem de todos os tempos.

Sendo a primeira vez que o Super-Homem morre nos quadrinhos é interessante reparar como essa história influenciou as sagas gigantes dos anos 90: Morte do Super-Homem, Funeral para um Amigo e Retorno do Super-Homem. Ao "matar" o Super-Homem em 1992, o editor Mike Carlin e sua turma de artistas e escritores liderados por Dan Jurgens claramente trouxeram inúmeras referências, idéias e homenagens dessa história original de Jerry Siegel.

por Fabio Marques (17/02/2020)

Superman #149 (DC Comics, November 1961)
Superman #149
"The Death of Superman"
DC Comics, November 1961



terça-feira, fevereiro 04, 2020

Superman & Lois, a nova série do Super-Homem




Superman & Lois, a nova série do Super-Homem

A atriz Elizabeth Tulloch e o ator Tyler Hoechlin, da série de TV Supergirl, reprisam seus papéis como o super herói mais famoso do mundo e a jornalista mais famosa de Metrópolis na nova série Superman & Lois no canal americano CW.
Superman & Lois é um dos dois shows desse ano 2020 que já ganharam um "pickup" logo de início da temporada do canal The CW (o reboot de Walker, Texas Ranger, estrelado por Jared Padalecki, de Supernatural, é o outro). Depois do sucesso do mega-crossover Crise nas Terras Infinitas, não é de admirar que essa adição da rede ao seu crescente repertório de séries baseadas na DC Comics seja de pessoas conhecidas do Arrowverse, o produtor executivo de Flash e o ex-showrunner Todd Helbing e os produtores Greg Berlanti e Geoff Johns, estão por trás do programa, que é obviamente baseado nos personagens criados por Jerry Siegel e Joe Shuster.
Nessa nova roupagem, teremos o primeiro casal dos quadrinhos em um novo estágio da vida. Enquanto que em Smallville de Alfred Gough e Miles Millar era sobre a adolescência de Clark Kent, e a série dos anos 90 de Deborah Joy Levine Lois & Clark: The New Adventures of Superman mostrou o início do relacionamento e o casamento do casal icônico, Superman & Lois mostrará os dois personagens lidando com todo o estresse, as pressões e as complexidades que advêm de serem pais que trabalham.
Quando a série começa, Lois Lane ainda está trabalhando no Planeta Diário, enquanto Clark Kent acaba de ser demitido após um plano de demissões em massa no jornal. Sua mãe adotiva Martha Kent mora sozinha na fazenda onde ele cresceu em Smallville após o falecimento de seu marido Jonathan Kent. Lois e Clark são pais de gêmeos, Jonathan e Jordan Kent, com treze anos, eles são muito diferentes, tanto fisicamente quanto psicologicamente. Jonathan, interpretado por Jordan Elsass, é o popular, um atleta que está prestes a entrar no principal time do colégio, enquanto Jordan, interpretado por Alexander Garfin, é mais introvertido, propenso a ansiedade e muito dedicado aos computadores e videogames. Eles não sabem quem realmente é o pai deles... ainda. E eles podem ou não ter herdado seus poderes.
O pai de Lois, o general Samuel Lane, também está na série e sabe sobre os poderes do genro. Lana Lang também tem papel importante na nova série. Ela é trabalha num banco e ainda mora em Smallville, com o seu marido bombeiro Kyle Cushing e suas filhas, Sarah, de quatorze anos, e Sophie, de oito anos. E vivem um drama familiar: Kyle é alcólatra e Sarah tentou tirar a própria vida há um ano.
Já o Super-Homem tem um novo inimigo nesta nova versão da história, que aparece como The Stranger (O Estranho) no episódio piloto, cuja verdadeira identidade é revelada no final do episódio...

sexta-feira, fevereiro 08, 2019

StarCon 2019: DC Comics na TV



Star Con 2019

Em 2 de fevereiro de 2019, a Nova Frota organizou a StarCon 2019: Os Mundos de Doug Jones, convidando a visitar o Brasil um dos maiores atores de fantasia e ficção da atualidade, que interpreta o comandante Saru de Star Trek: Discovery.

O evento foi realizado no Teatro Eva Wilma em São Paulo, e além da presença de Doug Jones, a convenção contou com dois palcos paralelos, onde ocorreram as tradicionais atrações como painéis com especialistas em cultura pop e ciência, atividades de palco e do show musical com a Banda PAD.

No palco externo, tive a oportunidade de fazer um bate-papo com Thiago A. Maldonado (Diário do Capitão) e Thiago Cardim (Judão) onde conversamos sobre as séries da DC Comics do Universo Arrowverse exibidos pela Warner: Supergirl, Arrow, Legends of Tomorrow, Flash e sobre as séries Titans e Doom Patrol exibidos pelo Netflix
Área Externa - Promenade

13:15h - Painel sobre o Arrowverse da DC Comics na televisão


15:00h - Painel sobre a série de TV Jovens Titãs



Fotos da StarCon 2019








MIS: Super-Homem 80 anos


MIS: Super-Homem 80 anos

No sábado, dia 15 de dezembro, tive a oportunidade de participar do evento Além da Telinha – Especial Superman 80 anos no Museu da Imagem e do Som de São Paulo. A atividade fez parte da programação paralela da megaxposição Quadrinhos, que traz a história das HQs do Brasil e do mundo com uma expografia imersiva e lúdica.

Os fãs do super-herói poderam relembrar sua jornada de 80 anos com uma programação especial, das 11h até às 18h. Foram exibidos três momentos do Superman das telas: As aventuras do Super-Homem (versão anos 50), Superman II The Richard Donner Cut e The Lois e Clark, As Novas Aventuras do Superman. Junto com Thiago A. Maldonado (Diário do Capitão) e Fernando Afonso (Nova Frota) discutimos a evolução do personagem nos quadrinhos, no cinema e na televisão.









  

Loja Monstra: Superman 80 anos

Bate-papo: Joe Shuster e os 80 anos de Superman

No dia 9 de Novembro de 2018, a Editora Aleph em parceria com a Loja Monstra lançou a graphic novel "A História de Joe Shuster: O artista por trás do Superman" de Thomas Campi e Julian Voloj, com a participação de Sidney Gusman (Universo HQ), Manoel de Souza (Revista Mundo dos Super-Heróis e Carol Pimentel (Mythos Editora) para um bate-papo sobre essa jornada que revolucionou a indústria do entretenimento.

Apesar de estar na platéia fui convidado pelo grande Sidney Gusman a falar de como Jerry Siegel e Joe Shuster criaram o primeiro e maior super-herói dos quadrinhos. Tive a oportunidade de narrar a minha própria experiência de estar em Glennville, Cleveland onde o Homem de Aço nasceu. Também compartilhei fatos e eventos das entrevistas que fiz com os autores da Graphic Novel.


segunda-feira, dezembro 03, 2018

Joe Shuster: Entrevista Exclusiva com Thomas Campi

Joe Shuster
Entrevista Exclusiva com Thomas Campi

Todo mundo conhece o Super-Homem, mas nem todo mundo conhece a história dos dois jovens de Cleveland que criaram o Super-Homem. Baseado em material de arquivo e fontes originais, " A história de Joe Shuster: O artista por trás do Superman" conta a história da amizade entre o escritor Jerry Siegel e o ilustrador Joe Shuster e o coloca no contexto mais amplo sobre a origem da indústria americana de quadrinhos.

Em “A História de Joe Shuster: O Artista por trás do Superman”, Julian Voloj e o artista Thomas Scampi traçam um retrato intimista sobre a vida e a obra de Joe Shuster, o primeiro artista do gênero de super-heróis que junto com ser amigo Jerry Siegel criaram o Super-Homem.

Com a publicação de “Joe Shuster” no Brasil pela Editora Aleph em 25 de outubro de 2018, e em homenagem aos 80 anos da publicação da revista Action Comics #1 (DC Comics) que introduziu o Super-Homem em abril de 1938, entrevistamos o artista Thomas Campi. 


Thomas Campi é um premiado artista italiano, que após de viver 6 anos na China, agora é reside permanentemente em Sydney, Austrália. Thomas faz quadrinhos há mais de 18 anos e seu trabalho foi publicado na Itália, Espanha, França, Bélgica, Alemanha, Suíça, Canadá, Brasil, Coréia, EUA, Reino Unido por editoras como Sergio Bonelli Editore (Itália), Ediciones La Cúpula, LeLombard (França-Bélgica), Dupuis (França-Bélgica), Munhakdongne (Coréia), Coconino (Itália), NBM-Papercutz (EUA), SelfMadeHero (Reino Unido), entre outras.

As graphic novels publicadas pela Dupuis "Les Larmes De Seigneur Afghan", escrita por Pascale Bourgaoux e Vincent Zabus, e Macaroni!, também com roteiro de Zabus, receberam o prêmio Cognito como Melhor Documentário em Graphic Novel na Feira do Livro da Bélgica em Bruxelas em 2014 e 2016, respectivamente.

Em 2014, Thomas recebeu o Prêmio Comic de Ouro do International Spectrum Fantastic Art 21 e em 2015 também foi reconhecido com um Prêmio Ledger de Bronze na Austrália.

Sua última exposição individual foi “Les Petites Gens” no Comic Strip Museum de Bruxelas, na Bélgica. Sua graphic anterior “Magritte-Ceci n'est pas une biographie" de Vincent Zabus, foi publicado em francês pela editora Le Lombard com o apoio do Museu Magritte (Bruxelas, Bélgica) e foi traduzida em italiano (Coconino Press), alemão (Carlssen) e inglês (SelfMadeHero).

A graphic novel "Joe Shuster" escrita por Julian Voloj e desenhada por Campi, recebeu o prêmio Carlos Gimenez na categoria "Melhor Trabalho Internacional" anunciado na Heroes Comic Com em Madrid. "Joe Shuster" já publicada em 7 línguas diferentes em 8 países distintos.

Atualmente, ele está desenhando a graphic novel “L'Eveile” (O Despertar) novamente em  parceria com Vincent Zabus que será publicado pela Delcourt
Super-Homem.COM

Como surgiu a ideia para Joe Shuster?

Essa é para o Julian, acho eu.




Você é fã do Super-Homem?

Eu nunca fui um grande fã de super-heróis, apesar de ter visto muitos dos filmes. Eu sempre estive mais interessado em histórias sobre pessoas normais, mais intimista se você quiser.


Siegel e Shuster foram os fanboys originais, você se identifica com eles?


Sim, absolutamente Eu era como eles. Eu ainda estou. Uma pessoa com um "fogo" por dentro, a paixão por histórias em quadrinhos, por arte e contar histórias, é tudo que eu queria fazer e é tudo o que quero fazer. Minha criança interior ainda está muito viva!

Eu sou um artista profissional há cerca de 20 anos, e quando vejo alguns dos meus artistas favoritos e tenho a chance de conversar com eles, eu me comporto como um fanboy, só quero fazer todas as perguntas que eu sempre quis e, claro, quero pedir um esboço.


A história trata de um período bem específico da vida de Joe Shuster, da adolescência até o ano de 1975, quando os créditos do Super-Homem voltaram para eles. Por que você escolheu esta época da longa vida dele?


Esta é mais para o Julian.


A maioria dos livros sobre criação do Super-Homem se concentra principalmente em Siegel, seu livro tenta uma nova maneira de olhar, da perspectiva de Shuster. Você pode falar sobre essa decisão e as dificuldades em pesquisar sua vida, especialmente entre 1948 e 1975?

Do meu ponto de vista, a dificuldade era encontrar uma maneira de desenhar e representar Siegel e Shuster, já que eu não conseguia encontrar as fotos de todas as fases de suas vidas. Eu tive que criar minha própria versão deles, inspirada pelas fotos e alguns vídeos que eu tinha. Meu foco não era fazer retratos, com rostos realistas, mas traduzir nos desenhos todas as emoções e a atmosfera daqueles velhos tempos.


A quantidade de tempo e trabalho dedicados à pesquisa é claramente notável! É possível ver grandes influências de livros como "Superboys" de Brad Ricca, a Biografia do Larry Tye, até mesmo “Homens do Amanhã” de Gerard Jones. Por quanto tempo você pesquisou antes mesmo de começar o livro? Alguma outra referência principal?

Outra para o Julian.



Você teve a chance de viajar para os locais apresentados no livro? Cleveland? Nova Iorque? Toronto? Você trabalhou apenas em fotografias e poucas imagens disponíveis daquela época?

Infelizmente, eu tive que trabalhar apenas com referência a fotos, mas fiz o meu melhor. Para essas cidades, foi muito fácil encontrar boas fotos, desenhos e vídeos. Mais uma vez, meu foco não foi apenas desenhar todos os detalhes e visões fotográficas das cidades, mas quero dar ao leitor a impressão de um certo tempo, atmosfera e humor.

Somente quando o livro já estava publicado nos EUA, tive a chance de ir a Nova York e finalmente visitei alguns dos lugares que desenhei no livro, foi muito emocionante.



Como foi o processo de trabalho entre vocês dois neste livro? Vocês tiveram um roteiro completo antes de começar? Ou vocês trabalharam em uma versão inicial foram colaborando juntos?

O processo para "Joe Shuster" foi um pouco diferente de todos os quadrinhos que eu já fiz antes. Uma das razões é que eu e Julian moramos em fusos horários diferentes. Eu estou em Sydney enquanto ele está em Nova York, o que dificulta ter conversas telefônicas ou pelo Skype frequentes em relação a roteiros e storyboards, algo que geralmente faço quando estou trabalhando com escritores.

A narração de Julian é cheia de emoção e baseada em uma pesquisa muito sólida, também é escrita em prosa sem especificação de painéis e número de páginas. Ele confiava em minhas habilidades de contar histórias, o que trouxe uma liberdade inspiradora à minha criatividade e à maneira como eu queria contar essa história. Comecei a ler e editar o roteiro durante as noites e fins de semana, pois na época em que o recebi estava trabalhando em outro livro.

Enquanto lia as páginas, comecei a pensar em como eu queria dar à história e aos meus desenhos seu próprio ritmo, então dividi o roteiro de Julian em painéis e acrescentei notas e descrições de como imaginei uma cena. Eu não queria definir tudo com uma linha, nem mesmo nos primeiros passos da criação da página, é por isso que depois de esboçar os storyboards eu simplesmente os pintei sem desenhar, tentando dar uma sensação mais pictórica à final. página, algo que poderia sugerir um determinado humor, descrever um momento sem usar muitos detalhes que poderiam ter preenchido a página, mas não adicionando qualquer emoção.

Entrevista conduzida por Fabio Marques para o site Super-Homem.COM  (3/12/2018).
Leia também a entrevista exclusiva com o escritor Julian Voloj.


Jerry Siegel e Joe Shuster, em West Los Angeles, Califórnia, Janeiro de 1979

A História de Joe Shuster: O Artista por trás do Superman

de Julian Voloj e Thomas Scampi
Editora Aleph, 25 de outubro de 2018
Tradução de Marcia Men
ISBN 978-8576574200
http://www.editoraaleph.com.br/


quarta-feira, outubro 03, 2018

Joe Shuster: Entrevista Exclusiva com Julian Voloj


A História de Joe Shuster


Joe Shuster
Entrevista Exclusiva com Julian Voloj

Todo mundo conhece o Super-Homem, mas nem todo mundo conhece a história dos dois jovens de Cleveland que criaram o Super-Homem. Baseado em material de arquivo e fontes originais, " A história de Joe Shuster: O artista por trás do Superman" conta a história da amizade entre o escritor Jerry Siegel e o ilustrador Joe Shuster e o coloca no contexto mais amplo sobre a origem da indústria americana de quadrinhos.

Em “A História de Joe Shuster: O Artista por trás do Superman”, Julian Voloj e o artista Thomas Scampi traçam um retrato intimista sobre a vida e a obra de Joe Shuster, o primeiro artista do gênero de super-heróis que junto com ser amigo Jerry Siegel criaram o Super-Homem.

Com a publicação de “Joe Shuster” no Brasil pela Editora Aleph em 25 de outubro de 2018, e em homenagem aos 80 anos da publicação da revista Action Comics #1 (DC Comics) que introduziu o Super-Homem em abril de 1938, entrevistamos o escritor Julian Voloj, sobre sua nova graphic novel que acaba de vencer o prêmio Carlos Gimenez na categoria "Melhor Trabalho Internacional" anunciado na Heroes Comic Com em Madrid.

Julian VolojJulian Voloj é fotógrafo e escritor, seu trabalho criativo foca em identidade e herança.

Como fotógrafo contribuiu nos jornais The New York Times, The Washington Post e The Jerusalem Post.
Teve mostras exibidas no Museu Deutsch-Historisches de Berlim, e no Bronfman Center na Universidade de Nova Iorque e no Museum of Arts no Queens. Em 2012, o Consulado Alemão em Nova Iorque, exibiu uma retrospectiva de dez anos de sua fotografia na mostra “Only in America”.

Nos quadrinhos ele escreveu a graphic novel “Ghetto Brother: A Lenda do Bronx” ilustrada por Claudia Ahlering e publicada no Brasil em 2016 pela Veneta Editora, que nasceu do convívio com o ex-líder da gangue Benjamin Melendez.
Super-Homem.COM

Como você teve a ideia? Você é fã do Super-Homem? Siegel e Shuster foram os fanboys originais, você se identifica com eles?


Eu fui fascinado com a história dos quadrinhos americanos por um bom tempo. Vivendo em Nova Iorque, eu tenho quadrinistas e historiadores entre meus amigos. Eu acho que sendo um quadrinista de quadrinhos, você é um fã e, até ser ponto, um geek.

Pesquisando a história de Joe Shuster e Jerry Siegel, havia muitas situações que são familiares. Quadrinhos é uma indústria difícil e muitas vezes há frustrações porque é duro ganhar a vida com quadrinhos. Então, sim, de muitas maneiras me identifico com eles.


A história trata de um período bem específico da vida de Joe Shuster, da adolescência até o ano de 1975, quando os créditos do Super-Homem voltaram para eles. Por que você escolheu esta época da longa vida dele?


Não é apenas um livro sobre a vida de Joe Shuster, mas também sobre a criação do Super-Homem, sobre a história americana e sobre as datas pioneiras da indústria de quadrinhos que foi realmente criada graças ao Super-Homem.


Eu quero que o leitor entenda como esse primeiro super-herói foi criado e como ele criou a indústria como um todo. Para fazer isso, você tem que voltar as suas origens e entender quem eram seus criadores.

Siegel e Shuster vieram da mesma cultura e tiveram uma origem similar, sendo ambos filhos de judeus imigrantes do leste europeu. Eles eram fascinados pela cultura pop contemporânea e tiraram elementos dela para criar o Super-Homem. A dupla identidade vem de Zorro, sua cidade é uma cidade americana moderna, mas também é inspirada no famoso filme (Metropolis, 1927) de Fritz Lang. Sua história de origem lembra a história bíblica de Moisés. De todas essas e de muitas outras fontes eles criaram algo totalmente novo: uma ficção científica do aqui e agora, não de humanos explorando planetas distantes, mas um alienígena (inicialmente um homem do futuro) vindo à Terra e se tornando seu herói.

Eu poderia ter continuado o roteiro até o final da vida de Joe, mas queria terminar com um final feliz. Então o acordo com a DC Comics foi esse tipo de final feliz que foi um bom fechamento para a narrativa, mas na vida real, ainda havia muito drama (que o leitor pode ler em outro lugar). Acho que a conclusão que termina em uma nota feliz funciona, já que é uma história de vida muito triste, mesmo que seja contada de maneira divertida.



A maioria dos livros sobre criação do Super-Homem se concentra principalmente em Siegel, seu livro tenta uma nova maneira de olhar, da perspectiva de Shuster. Você pode falar sobre essa decisão e as dificuldades em pesquisar sua vida, especialmente entre 1948 e 1975?

Siegel era a figura dominante da dupla criativa. Ele escreveu os roteiros, ele negociou com os editores e foi ele quem decidiu ir a julgamento.

Joe seguiu sua liderança, e acho que ele decidiu se juntar a Jerry na lide contra a National Publications (nome original da DC Comics) por causa de sua amizade e solidariedade para com ele.

Inicialmente eu estava planejando escrever a partir da perspectiva de uma terceira pessoa, mostrando as duas vidas em paralelo, mas então eu tive acesso a alguns escritos originais de Joe. A Universidade de Columbia, daqui de Nova Iorque, recebeu uma doação de cartas, documentos legais e outros materiais da década de 1960. Ler sobre as lutas de Joe vindo de sua própria voz me convenceu a torná-lo o narrador.



A quantidade de tempo e trabalho dedicados à pesquisa é claramente notável! É possível ver grandes influências de livros como "Superboys" de Brad Ricca, a Biografia do Larry Tye, até mesmo “Homens do Amanhã” de Gerard Jones. Por quanto tempo você pesquisou antes mesmo de começar o livro? Alguma outra referência principal?

Eu tive muita sorte de ter acesso ao trabalho de outros. Existem toneladas de informações disponíveis. Se você procurar on-line, poderá encontrar gravações de áudio, videoclipes, documentos jurídicos e muito mais.

Meu interesse vem de várias décadas, mas provavelmente comecei a pesquisar seriamente o roteiro por volta de 2010. Em 2013, visitei Cleveland, refazendo seus passos e, em 2014, acessei os documentos que foram doados à Universidade de Columbia, que mudaram drasticamente o roteiro. Creio que no final de 2014 o roteiro estava pronto e meu agente me apresentou a Thomas.



Você teve a chance de viajar para os locais apresentados no livro? Cleveland? Nova Iorque? Toronto? Você trabalhou apenas em fotografias e poucas imagens disponíveis daquela época?


Sim, como mencionei antes, visitei Cleveland em 2013, logo depois de Toronto, e morando em Nova York, a história também está perto de casa para mim.


Um fato curioso, a última residência de Joe em Nova York fica a apenas alguns quilômetros a leste da minha casa no Queens e a cena de abertura é no meu próprio bairro.



Jack Kirby, Bill Finger, Steve Ditko, Jerry Siegel, Joe Shuster e muitos outros criadores sofreram injustiças e viram suas criações sendo removidas deles.
Esta é uma história de interesse humano, Joe Shuster não é um herói, ele é imperfeito, vocês mostram ele como uma pessoa tridimensional e sua longa vida foi cheia de decepções e lutas, desde seu problema de visão, a sua passividade e a tristeza nos anos posteriores e seu breve romance com Jolan Kovacs. O livro pinta um panorama muito realista de sua vida, mas em algumas passagens você escolhe fazer uso de sequências de fantasia para lidar com as injustiças que ele experimentou. Você poderia falar sobre isso?

Era importante tornar a história não em preto e branco. Joe não é apenas uma vítima, mas um ser humano que com certeza cometeu erros.

Os editores não são necessariamente os vilões e, como vemos, Jerry e Joe tiveram bons salários no começo e foram celebridades na primeira década do Super-Homem.

Mas então Jerry decidiu balançar o barco, e Joe se juntou a ele por amizade, e o resto é história.

Alguns afirmam que eles foram ingênuos no início, assinando um contrato que daria os direitos, mas como mostramos no livro, não havia precedentes para aquilo e ninguém esperava que o Super-Homem fosse um sucesso.

Então, da mesma forma que Super-Homem se tornou o modelo para o gênero de super-heróis, esse tipo de contrato se tornou o modelo para futuros contratos. Os quadrinistas e criadores estavam trabalhavam por demanda no modelo de “work-for-hire”, e empresas possuíam a propriedade intelectual das histórias e personagens.

Foi o pecado original. Isso é o que torna a história tão fascinante.



Como foi o processo de trabalho entre vocês dois neste livro? Vocês tiveram um roteiro completo antes de começar? Ou vocês trabalharam em uma versão inicial foram colaborando juntos?

Primeiro escrevi o roteiro completo e o apresentei ao meu agente, que me mostrou o portfólio de vários artistas. Quando eu vi o trabalho de Thomas, eu sabia que ele seria a escolha perfeito e, felizmente, ele gostou do meu roteiro e concordou em trabalhar comigo nisso. Houve pequenas mudanças ao longo do caminho, mas tudo em todo o script permaneceu o mesmo durante todo o processo.




O livro está sendo publicado no Brasil nesta semana, pela primeira vez em língua portuguesa. Esta é a sétima versão estrangeira publicada depois que a americana foi publicada em maio passado. Você criou o original em inglês? Super-Homem é muito popular em todo o mundo, como você vê o sucesso internacional do livro?

Assim como minha primeira graphic novel “Ghetto Brother” (publicada no Brasil em 2016), o roteiro foi escrito em inglês.

Quando apresentei a ideia ao meu agente, ele me disse que o livro tinha um potencial enorme, já que os super-heróis são populares em todo o mundo. Mas ainda assim é bom ver que a história de Joe Shuster agora alcança novos públicos. Embora a história seja bastante conhecida nos EUA, e em outros países, e suponho que isso também seja verdade no Brasil, as pessoas não estão cientes do destino dos criadores de Super-Homem.



Qual é o teu próximo projeto? No que você está trabalhando agora?

Atualmente estou trabalhando em alguns novos projetos. Depois de ter lidado, tanto em “Ghetto Brother” quanto em “Joe Shuster”, com heróis esquecidos que não receberam o reconhecimento que mereciam, agora estou focando em algo totalmente diferente. Juntamente com o artista brasileiro André Diniz, estamos transformando um conto de fadas brasileiro em uma graphic novel para crianças. O projeto ainda está em um estágio inicial, mas será um ótimo livro.

Entrevista conduzida por Fabio Marques para o site Super-Homem.COM  (1/10/2018).
Leia também a entrevista exclusiva com o artista Thomas Campi.
Jerry Siegel and Joe Shuster, arte de Thomas Scampi

A História de Joe Shuster: O Artista por trás do Superman

de Julian Voloj e Thomas Scampi
Editora Aleph, 25 de outubro de 2018
Tradução de Marcia Men
ISBN 978-8576574200
http://www.editoraaleph.com.br/