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sexta-feira, março 12, 2021

SnyderCUT chegou! 


segunda-feira, dezembro 03, 2018

Joe Shuster: Entrevista Exclusiva com Thomas Campi

Joe Shuster
Entrevista Exclusiva com Thomas Campi

Todo mundo conhece o Super-Homem, mas nem todo mundo conhece a história dos dois jovens de Cleveland que criaram o Super-Homem. Baseado em material de arquivo e fontes originais, " A história de Joe Shuster: O artista por trás do Superman" conta a história da amizade entre o escritor Jerry Siegel e o ilustrador Joe Shuster e o coloca no contexto mais amplo sobre a origem da indústria americana de quadrinhos.

Em “A História de Joe Shuster: O Artista por trás do Superman”, Julian Voloj e o artista Thomas Scampi traçam um retrato intimista sobre a vida e a obra de Joe Shuster, o primeiro artista do gênero de super-heróis que junto com ser amigo Jerry Siegel criaram o Super-Homem.

Com a publicação de “Joe Shuster” no Brasil pela Editora Aleph em 25 de outubro de 2018, e em homenagem aos 80 anos da publicação da revista Action Comics #1 (DC Comics) que introduziu o Super-Homem em abril de 1938, entrevistamos o artista Thomas Campi. 


Thomas Campi é um premiado artista italiano, que após de viver 6 anos na China, agora é reside permanentemente em Sydney, Austrália. Thomas faz quadrinhos há mais de 18 anos e seu trabalho foi publicado na Itália, Espanha, França, Bélgica, Alemanha, Suíça, Canadá, Brasil, Coréia, EUA, Reino Unido por editoras como Sergio Bonelli Editore (Itália), Ediciones La Cúpula, LeLombard (França-Bélgica), Dupuis (França-Bélgica), Munhakdongne (Coréia), Coconino (Itália), NBM-Papercutz (EUA), SelfMadeHero (Reino Unido), entre outras.

As graphic novels publicadas pela Dupuis "Les Larmes De Seigneur Afghan", escrita por Pascale Bourgaoux e Vincent Zabus, e Macaroni!, também com roteiro de Zabus, receberam o prêmio Cognito como Melhor Documentário em Graphic Novel na Feira do Livro da Bélgica em Bruxelas em 2014 e 2016, respectivamente.

Em 2014, Thomas recebeu o Prêmio Comic de Ouro do International Spectrum Fantastic Art 21 e em 2015 também foi reconhecido com um Prêmio Ledger de Bronze na Austrália.

Sua última exposição individual foi “Les Petites Gens” no Comic Strip Museum de Bruxelas, na Bélgica. Sua graphic anterior “Magritte-Ceci n'est pas une biographie" de Vincent Zabus, foi publicado em francês pela editora Le Lombard com o apoio do Museu Magritte (Bruxelas, Bélgica) e foi traduzida em italiano (Coconino Press), alemão (Carlssen) e inglês (SelfMadeHero).

A graphic novel "Joe Shuster" escrita por Julian Voloj e desenhada por Campi, recebeu o prêmio Carlos Gimenez na categoria "Melhor Trabalho Internacional" anunciado na Heroes Comic Com em Madrid. "Joe Shuster" já publicada em 7 línguas diferentes em 8 países distintos.

Atualmente, ele está desenhando a graphic novel “L'Eveile” (O Despertar) novamente em  parceria com Vincent Zabus que será publicado pela Delcourt
Super-Homem.COM

Como surgiu a ideia para Joe Shuster?

Essa é para o Julian, acho eu.




Você é fã do Super-Homem?

Eu nunca fui um grande fã de super-heróis, apesar de ter visto muitos dos filmes. Eu sempre estive mais interessado em histórias sobre pessoas normais, mais intimista se você quiser.


Siegel e Shuster foram os fanboys originais, você se identifica com eles?


Sim, absolutamente Eu era como eles. Eu ainda estou. Uma pessoa com um "fogo" por dentro, a paixão por histórias em quadrinhos, por arte e contar histórias, é tudo que eu queria fazer e é tudo o que quero fazer. Minha criança interior ainda está muito viva!

Eu sou um artista profissional há cerca de 20 anos, e quando vejo alguns dos meus artistas favoritos e tenho a chance de conversar com eles, eu me comporto como um fanboy, só quero fazer todas as perguntas que eu sempre quis e, claro, quero pedir um esboço.


A história trata de um período bem específico da vida de Joe Shuster, da adolescência até o ano de 1975, quando os créditos do Super-Homem voltaram para eles. Por que você escolheu esta época da longa vida dele?


Esta é mais para o Julian.


A maioria dos livros sobre criação do Super-Homem se concentra principalmente em Siegel, seu livro tenta uma nova maneira de olhar, da perspectiva de Shuster. Você pode falar sobre essa decisão e as dificuldades em pesquisar sua vida, especialmente entre 1948 e 1975?

Do meu ponto de vista, a dificuldade era encontrar uma maneira de desenhar e representar Siegel e Shuster, já que eu não conseguia encontrar as fotos de todas as fases de suas vidas. Eu tive que criar minha própria versão deles, inspirada pelas fotos e alguns vídeos que eu tinha. Meu foco não era fazer retratos, com rostos realistas, mas traduzir nos desenhos todas as emoções e a atmosfera daqueles velhos tempos.


A quantidade de tempo e trabalho dedicados à pesquisa é claramente notável! É possível ver grandes influências de livros como "Superboys" de Brad Ricca, a Biografia do Larry Tye, até mesmo “Homens do Amanhã” de Gerard Jones. Por quanto tempo você pesquisou antes mesmo de começar o livro? Alguma outra referência principal?

Outra para o Julian.



Você teve a chance de viajar para os locais apresentados no livro? Cleveland? Nova Iorque? Toronto? Você trabalhou apenas em fotografias e poucas imagens disponíveis daquela época?

Infelizmente, eu tive que trabalhar apenas com referência a fotos, mas fiz o meu melhor. Para essas cidades, foi muito fácil encontrar boas fotos, desenhos e vídeos. Mais uma vez, meu foco não foi apenas desenhar todos os detalhes e visões fotográficas das cidades, mas quero dar ao leitor a impressão de um certo tempo, atmosfera e humor.

Somente quando o livro já estava publicado nos EUA, tive a chance de ir a Nova York e finalmente visitei alguns dos lugares que desenhei no livro, foi muito emocionante.



Como foi o processo de trabalho entre vocês dois neste livro? Vocês tiveram um roteiro completo antes de começar? Ou vocês trabalharam em uma versão inicial foram colaborando juntos?

O processo para "Joe Shuster" foi um pouco diferente de todos os quadrinhos que eu já fiz antes. Uma das razões é que eu e Julian moramos em fusos horários diferentes. Eu estou em Sydney enquanto ele está em Nova York, o que dificulta ter conversas telefônicas ou pelo Skype frequentes em relação a roteiros e storyboards, algo que geralmente faço quando estou trabalhando com escritores.

A narração de Julian é cheia de emoção e baseada em uma pesquisa muito sólida, também é escrita em prosa sem especificação de painéis e número de páginas. Ele confiava em minhas habilidades de contar histórias, o que trouxe uma liberdade inspiradora à minha criatividade e à maneira como eu queria contar essa história. Comecei a ler e editar o roteiro durante as noites e fins de semana, pois na época em que o recebi estava trabalhando em outro livro.

Enquanto lia as páginas, comecei a pensar em como eu queria dar à história e aos meus desenhos seu próprio ritmo, então dividi o roteiro de Julian em painéis e acrescentei notas e descrições de como imaginei uma cena. Eu não queria definir tudo com uma linha, nem mesmo nos primeiros passos da criação da página, é por isso que depois de esboçar os storyboards eu simplesmente os pintei sem desenhar, tentando dar uma sensação mais pictórica à final. página, algo que poderia sugerir um determinado humor, descrever um momento sem usar muitos detalhes que poderiam ter preenchido a página, mas não adicionando qualquer emoção.

Entrevista conduzida por Fabio Marques para o site Super-Homem.COM  (3/12/2018).
Leia também a entrevista exclusiva com o escritor Julian Voloj.


Jerry Siegel e Joe Shuster, em West Los Angeles, Califórnia, Janeiro de 1979

A História de Joe Shuster: O Artista por trás do Superman

de Julian Voloj e Thomas Scampi
Editora Aleph, 25 de outubro de 2018
Tradução de Marcia Men
ISBN 978-8576574200
http://www.editoraaleph.com.br/


quarta-feira, outubro 03, 2018

Joe Shuster: Entrevista Exclusiva com Julian Voloj


A História de Joe Shuster


Joe Shuster
Entrevista Exclusiva com Julian Voloj

Todo mundo conhece o Super-Homem, mas nem todo mundo conhece a história dos dois jovens de Cleveland que criaram o Super-Homem. Baseado em material de arquivo e fontes originais, " A história de Joe Shuster: O artista por trás do Superman" conta a história da amizade entre o escritor Jerry Siegel e o ilustrador Joe Shuster e o coloca no contexto mais amplo sobre a origem da indústria americana de quadrinhos.

Em “A História de Joe Shuster: O Artista por trás do Superman”, Julian Voloj e o artista Thomas Scampi traçam um retrato intimista sobre a vida e a obra de Joe Shuster, o primeiro artista do gênero de super-heróis que junto com ser amigo Jerry Siegel criaram o Super-Homem.

Com a publicação de “Joe Shuster” no Brasil pela Editora Aleph em 25 de outubro de 2018, e em homenagem aos 80 anos da publicação da revista Action Comics #1 (DC Comics) que introduziu o Super-Homem em abril de 1938, entrevistamos o escritor Julian Voloj, sobre sua nova graphic novel que acaba de vencer o prêmio Carlos Gimenez na categoria "Melhor Trabalho Internacional" anunciado na Heroes Comic Com em Madrid.

Julian VolojJulian Voloj é fotógrafo e escritor, seu trabalho criativo foca em identidade e herança.

Como fotógrafo contribuiu nos jornais The New York Times, The Washington Post e The Jerusalem Post.
Teve mostras exibidas no Museu Deutsch-Historisches de Berlim, e no Bronfman Center na Universidade de Nova Iorque e no Museum of Arts no Queens. Em 2012, o Consulado Alemão em Nova Iorque, exibiu uma retrospectiva de dez anos de sua fotografia na mostra “Only in America”.

Nos quadrinhos ele escreveu a graphic novel “Ghetto Brother: A Lenda do Bronx” ilustrada por Claudia Ahlering e publicada no Brasil em 2016 pela Veneta Editora, que nasceu do convívio com o ex-líder da gangue Benjamin Melendez.
Super-Homem.COM

Como você teve a ideia? Você é fã do Super-Homem? Siegel e Shuster foram os fanboys originais, você se identifica com eles?


Eu fui fascinado com a história dos quadrinhos americanos por um bom tempo. Vivendo em Nova Iorque, eu tenho quadrinistas e historiadores entre meus amigos. Eu acho que sendo um quadrinista de quadrinhos, você é um fã e, até ser ponto, um geek.

Pesquisando a história de Joe Shuster e Jerry Siegel, havia muitas situações que são familiares. Quadrinhos é uma indústria difícil e muitas vezes há frustrações porque é duro ganhar a vida com quadrinhos. Então, sim, de muitas maneiras me identifico com eles.


A história trata de um período bem específico da vida de Joe Shuster, da adolescência até o ano de 1975, quando os créditos do Super-Homem voltaram para eles. Por que você escolheu esta época da longa vida dele?


Não é apenas um livro sobre a vida de Joe Shuster, mas também sobre a criação do Super-Homem, sobre a história americana e sobre as datas pioneiras da indústria de quadrinhos que foi realmente criada graças ao Super-Homem.


Eu quero que o leitor entenda como esse primeiro super-herói foi criado e como ele criou a indústria como um todo. Para fazer isso, você tem que voltar as suas origens e entender quem eram seus criadores.

Siegel e Shuster vieram da mesma cultura e tiveram uma origem similar, sendo ambos filhos de judeus imigrantes do leste europeu. Eles eram fascinados pela cultura pop contemporânea e tiraram elementos dela para criar o Super-Homem. A dupla identidade vem de Zorro, sua cidade é uma cidade americana moderna, mas também é inspirada no famoso filme (Metropolis, 1927) de Fritz Lang. Sua história de origem lembra a história bíblica de Moisés. De todas essas e de muitas outras fontes eles criaram algo totalmente novo: uma ficção científica do aqui e agora, não de humanos explorando planetas distantes, mas um alienígena (inicialmente um homem do futuro) vindo à Terra e se tornando seu herói.

Eu poderia ter continuado o roteiro até o final da vida de Joe, mas queria terminar com um final feliz. Então o acordo com a DC Comics foi esse tipo de final feliz que foi um bom fechamento para a narrativa, mas na vida real, ainda havia muito drama (que o leitor pode ler em outro lugar). Acho que a conclusão que termina em uma nota feliz funciona, já que é uma história de vida muito triste, mesmo que seja contada de maneira divertida.



A maioria dos livros sobre criação do Super-Homem se concentra principalmente em Siegel, seu livro tenta uma nova maneira de olhar, da perspectiva de Shuster. Você pode falar sobre essa decisão e as dificuldades em pesquisar sua vida, especialmente entre 1948 e 1975?

Siegel era a figura dominante da dupla criativa. Ele escreveu os roteiros, ele negociou com os editores e foi ele quem decidiu ir a julgamento.

Joe seguiu sua liderança, e acho que ele decidiu se juntar a Jerry na lide contra a National Publications (nome original da DC Comics) por causa de sua amizade e solidariedade para com ele.

Inicialmente eu estava planejando escrever a partir da perspectiva de uma terceira pessoa, mostrando as duas vidas em paralelo, mas então eu tive acesso a alguns escritos originais de Joe. A Universidade de Columbia, daqui de Nova Iorque, recebeu uma doação de cartas, documentos legais e outros materiais da década de 1960. Ler sobre as lutas de Joe vindo de sua própria voz me convenceu a torná-lo o narrador.



A quantidade de tempo e trabalho dedicados à pesquisa é claramente notável! É possível ver grandes influências de livros como "Superboys" de Brad Ricca, a Biografia do Larry Tye, até mesmo “Homens do Amanhã” de Gerard Jones. Por quanto tempo você pesquisou antes mesmo de começar o livro? Alguma outra referência principal?

Eu tive muita sorte de ter acesso ao trabalho de outros. Existem toneladas de informações disponíveis. Se você procurar on-line, poderá encontrar gravações de áudio, videoclipes, documentos jurídicos e muito mais.

Meu interesse vem de várias décadas, mas provavelmente comecei a pesquisar seriamente o roteiro por volta de 2010. Em 2013, visitei Cleveland, refazendo seus passos e, em 2014, acessei os documentos que foram doados à Universidade de Columbia, que mudaram drasticamente o roteiro. Creio que no final de 2014 o roteiro estava pronto e meu agente me apresentou a Thomas.



Você teve a chance de viajar para os locais apresentados no livro? Cleveland? Nova Iorque? Toronto? Você trabalhou apenas em fotografias e poucas imagens disponíveis daquela época?


Sim, como mencionei antes, visitei Cleveland em 2013, logo depois de Toronto, e morando em Nova York, a história também está perto de casa para mim.


Um fato curioso, a última residência de Joe em Nova York fica a apenas alguns quilômetros a leste da minha casa no Queens e a cena de abertura é no meu próprio bairro.



Jack Kirby, Bill Finger, Steve Ditko, Jerry Siegel, Joe Shuster e muitos outros criadores sofreram injustiças e viram suas criações sendo removidas deles.
Esta é uma história de interesse humano, Joe Shuster não é um herói, ele é imperfeito, vocês mostram ele como uma pessoa tridimensional e sua longa vida foi cheia de decepções e lutas, desde seu problema de visão, a sua passividade e a tristeza nos anos posteriores e seu breve romance com Jolan Kovacs. O livro pinta um panorama muito realista de sua vida, mas em algumas passagens você escolhe fazer uso de sequências de fantasia para lidar com as injustiças que ele experimentou. Você poderia falar sobre isso?

Era importante tornar a história não em preto e branco. Joe não é apenas uma vítima, mas um ser humano que com certeza cometeu erros.

Os editores não são necessariamente os vilões e, como vemos, Jerry e Joe tiveram bons salários no começo e foram celebridades na primeira década do Super-Homem.

Mas então Jerry decidiu balançar o barco, e Joe se juntou a ele por amizade, e o resto é história.

Alguns afirmam que eles foram ingênuos no início, assinando um contrato que daria os direitos, mas como mostramos no livro, não havia precedentes para aquilo e ninguém esperava que o Super-Homem fosse um sucesso.

Então, da mesma forma que Super-Homem se tornou o modelo para o gênero de super-heróis, esse tipo de contrato se tornou o modelo para futuros contratos. Os quadrinistas e criadores estavam trabalhavam por demanda no modelo de “work-for-hire”, e empresas possuíam a propriedade intelectual das histórias e personagens.

Foi o pecado original. Isso é o que torna a história tão fascinante.



Como foi o processo de trabalho entre vocês dois neste livro? Vocês tiveram um roteiro completo antes de começar? Ou vocês trabalharam em uma versão inicial foram colaborando juntos?

Primeiro escrevi o roteiro completo e o apresentei ao meu agente, que me mostrou o portfólio de vários artistas. Quando eu vi o trabalho de Thomas, eu sabia que ele seria a escolha perfeito e, felizmente, ele gostou do meu roteiro e concordou em trabalhar comigo nisso. Houve pequenas mudanças ao longo do caminho, mas tudo em todo o script permaneceu o mesmo durante todo o processo.




O livro está sendo publicado no Brasil nesta semana, pela primeira vez em língua portuguesa. Esta é a sétima versão estrangeira publicada depois que a americana foi publicada em maio passado. Você criou o original em inglês? Super-Homem é muito popular em todo o mundo, como você vê o sucesso internacional do livro?

Assim como minha primeira graphic novel “Ghetto Brother” (publicada no Brasil em 2016), o roteiro foi escrito em inglês.

Quando apresentei a ideia ao meu agente, ele me disse que o livro tinha um potencial enorme, já que os super-heróis são populares em todo o mundo. Mas ainda assim é bom ver que a história de Joe Shuster agora alcança novos públicos. Embora a história seja bastante conhecida nos EUA, e em outros países, e suponho que isso também seja verdade no Brasil, as pessoas não estão cientes do destino dos criadores de Super-Homem.



Qual é o teu próximo projeto? No que você está trabalhando agora?

Atualmente estou trabalhando em alguns novos projetos. Depois de ter lidado, tanto em “Ghetto Brother” quanto em “Joe Shuster”, com heróis esquecidos que não receberam o reconhecimento que mereciam, agora estou focando em algo totalmente diferente. Juntamente com o artista brasileiro André Diniz, estamos transformando um conto de fadas brasileiro em uma graphic novel para crianças. O projeto ainda está em um estágio inicial, mas será um ótimo livro.

Entrevista conduzida por Fabio Marques para o site Super-Homem.COM  (1/10/2018).
Leia também a entrevista exclusiva com o artista Thomas Campi.
Jerry Siegel and Joe Shuster, arte de Thomas Scampi

A História de Joe Shuster: O Artista por trás do Superman

de Julian Voloj e Thomas Scampi
Editora Aleph, 25 de outubro de 2018
Tradução de Marcia Men
ISBN 978-8576574200
http://www.editoraaleph.com.br/



sexta-feira, fevereiro 13, 2009

Faster than a speeding bullet, more powerful than a locomotive, able to leap tall buildings in single bound...



O Maior de Todos

Há leitores que desdenham do Superman, mas é sempre bom lembrar que o gênero de super-heróis só existe porque ele foi criado. Confira nesta matéria a evolução do Homem de Aço nos quadrinhos

Por Fabio Alexandre Rocha Marques


A história do Superman, o primeiro e maior super-herói do mundo, começou bem antes de 1938, quando surgiu nas páginas de Action Comics 1. Fruto da imaginação de dois adolescentes judeus de Cleveland, o escritor Jerry Siegel e o artista Joe Shuster, ele foi criado em 1933 e teve um processo de desenvolvimento complicado e demorado.

Ainda no colegial, os autores publicavam um fanzine de contos de ficção científica chamado Science Fiction que era mimeografado e distribuído para os leitores pelo correio. No terceiro número, em janeiro de 1933, Siegel escreveu o conto The Reign of the Super-Man, sob o pseudônimo de Herbert S. Fine, ilustrado por Shuster. A história futurista lembrava 1984, de George Orwell, e era sobre um vilão careca com poderes mentais sobre-humanos que dominava uma cidade.

Inspirado até certo ponto pelos textos do filósofo alemão Friedrich Nietzsche, Siegel era fascinado pelo conceito de um ser com habilidades fantásticas. Ao final do mesmo ano, com a ajuda de seu amigo Shuster, o roteirista transpôs o personagem para a mídia que estava tomando os corações e mentes dos jovens norte-americanos: as histórias em quadrinhos.

Para isso, desenvolveram uma nova versão. O vilão careca foi abolido, pois Siegel e Shuster sabiam que não teria apelo suficiente. Então, bolaram uma HQ completa com um herói de cabelos negros e força sobre-humana: The Superman. Empolgados, levaram a criação para um editor, que recusou o trabalho na hora! Segundo ele, apesar do óbvio talento de ambos, o personagem era fantástico demais para ter sucesso.

Revoltado, Shuster destruiu toda a revista. Sobrou apenas a capa. Mesmo assim, ele e seu parceiro acreditavam que o personagem eventualmente poderia vingar. Dessa forma, partiram para uma outra reformulação e uma nova mídia: as tiras de jornais.

A versão final do Superman surgiu numa noite de 1934, quando Siegel, febril, acordou no meio da madrugada com novas idéias tão fantásticas e que surgiam em sua mente tão rapidamente, que ele não conseguia voltar para a cama. Então, ele escreveu material suficiente para várias semanas em tiras de jornais e as levou para Shuster, que no mesmo dia as desenhou. 24 horas depois estava tudo pronto. Faltava “apenas” convencer alguém a publicar.

Agora, o Superman era um ser de outro planeta. Siegel foi um dos primeiros a criar um alienígena benevolente. Outra característica distinta dessa nova versão foi uso de uma identidade secreta. Tímidos, porém criativos, os autores eram o estereótipo do fã de ficção científica: imaginavam que mesmo atrás de uma aparência pacata, poderiam ter habilidades e poderes maravilhosos. Por isso criaram Clark Kent, um tranqüilo repórter de jornal cujo nome homenageava dois astros de Hollywood, Clark Gable e Kent Taylor.

Ao desenhar um personagem tão espetacular, Shuster imaginou que as roupas usadas por acrobatas circenses, coladas ao corpo e com uma sunga sobre as calças, seriam futuristas e definiriam bem o corpo superdesenvolvido. Com a intenção de fazer o herói “pular” para fora das páginas dos jornais, o desenhista usou as cores primárias da impressão colorida (vermelho, azul, preto e amarelo) e acrescentou uma capa para expressar movimento e velocidade.

Nos meses e anos seguintes à sua criação, o Superman foi apresentado a praticamente todos os editores de jornais e syndicates dos Estados Unidos, e foi sempre recusado. Apesar disso, Shuster e Siegel conseguiram empregos para criar histórias em quadrinhos para uma editora de revistas, a National Comics (atual DC Comics).

Certo dia, em 1938, as tiras do Superman estavam sobre a mesa de Sheldon Mayer, editor do McClure Syndicate, empresa que distribuía tiras para vários jornais norte-americanos, que estava tentando convencer seu chefe Max Charles Gaines a publicar a criação de Shuster e Siegel em algum periódico. Então, Jack Liebowitz, dono da National telefonou para Gaines em busca de novos personagens para uma nova revista chamada Action Comics.

M.C. Gaines enviou as páginas do Superman para Vin Sullivan, editor da National, que achou o personagem diferente e resolveu lhe dar uma chance. As tiras totalizaram 13 páginas e foram publicadas na edição de estréia da Action Comics.

O sucesso foi estrondoso. Os 200 mil exemplares de tiragem se esgotaram nas bancas e milhares cartas de leitores chegaram aos escritórios da National. Os distribuidores ficaram sedentos por novas revistas. Rapidamente, os editores perceberam que tinham algo grande nas mãos e pagaram a mísera quantia de 130 dólares pela primeira história e pelos direitos do Superman. Siegel e Shuster aceitaram em troca de um contrato de trabalho e exclusividade por dez anos.

Após sete edições, a revista que deveria trazer HQs de ação com vários personagens passou a ser só do Superman. Logo, todas as editoras de quadrinhos dos EUA miraram no novo gênero. Nos anos seguintes, dezenas de seres superpoderosos pintaram nas bancas. A Fawcett Comics bolou o Capitão Marvel em 1940; e a própria National, para ampliar os negócios, encomendou ao artista Bob Kane um outro herói. E surgiu o Batman, com a ajuda do escritor Bill Finger.

O Superman ainda não era o personagem de hoje. Ele não voava, apenas dava saltos enormes sobre os prédios de Metrópolis, baseada na cidade do clássico mudo de Fritz Lang. Também não era um campeão do politicamente correto – em muitas das primeiras histórias, tratava os vilões de forma irresponsável e perigosa. Vários terminavam machucados e praticamente aleijados! Para Siegel e Shuster, era uma punição justa pelos crimes cometidos.

Apesar de o herói nunca ter matado ninguém nessa época, a editora decidiu que ele deveria ter uma conduta mais condizente com seus poderes incríveis. Para tal, escalou Whitney Ellsworth como editor do personagem. Siegel e Shuster foram proibidos de produzir histórias em que o Superman fizesse uso excessivo de sua força.

Nessa época, o herói ainda não tinha visões de raios-X ou de calor. Esses poderes só surgiram com a série de rádio que ganhou em 1940, na Mutual Network. Dos coadjuvantes conhecidos atualmente, apenas Lois Lane apareceu desde a primeira Action Comics. Ela e Clark trabalhavam no jornal metropolitano Daily Star para o editor George Taylor.

Jimmy Olsen, Perry White e o Planeta Diário também seriam criados nos episódios de dez minutos da série radiofônica. Até a kryptonita, fragmento do planeta Krypton que explodiu, utilizado de forma ostensiva na atual série Smallville, foi apenas um artifício usado pelos escritores do rádio para dar uma semana de folga ao ator Bud Collyer, que fazia a voz do Superman. Assim, após ser afetado pelo minério alienígena, o herói ficou sete dias sofrendo e gemendo para os ouvintes – tudo feito por outra pessoa, enquanto o astro principal curtia seu merecido descanso.


Siegel e Shuster indignados

Apesar de avessos a tantas alterações no seu personagem original, Siegel e Shuster acabaram adotando algumas idéias criadas no rádio ou na série animada criada pelos Estúdios Fleischer veiculada nos cinemas em 1941.

Durante a Segunda Guerra Mundial, enquanto o Superman aparecia lutando contra nazistas e japoneses nas capas das revistas (isso não aconteceu nas histórias), Siegel e Shuster foram chamados para servir a pátria. Durante esse período, a National escalou outros escritores e artistas (destaque para Wayne Boring) para fazerem as aventuras.

Assim, sem o aval dos seus criadores, em janeiro de 1945, a editora publicou na revista More Fun Comics 101, uma história sobre a juventude do Clark Kent e o surgimento do personagem conhecido como Superboy. Ao voltarem do front, Siegel e Shuster ficaram enfurecidos com a liberdade tomada pela National e a processaram.

Eles ganharam a lide e embolsaram dez mil dólares, além de receberem um pedido de desculpa. Mas permitiram que a editora continuasse a publicar histórias com o Superboy. Na concepção original de ambos, Clark Kent só teria decidido se tornar o Superman quando seus pais adotivos faleceram, ou seja, já adulto.

Em 1948, aproveitando o fim do contrato de exclusividade e ressentida, a National demitiu Siegel e Shuster e montou uma equipe chefiada por Whitney Ellsworth para criar novas histórias do Homem de Aço. Três anos depois, Ellsworth foi substituído por Mort Weisinger, para que pudesse desenvolver o Superman para a TV.

Fã inveterado de ficção científica, Weisinger é responsável pelas principais inovações no personagem desde sua criação. Praticamente sozinho, criou as várias cores da kryptonita (em várias cores), a Supergirl (prima do Superman vinda de Krypton), Krypto, o Supercão, os vilões de Krypton, a zona fantasma, a Fortaleza da Solidão e Metallo, além de transformar Lex Luthor no maior inimigo do herói.

Nesse período, o Superman desenvolve novas habilidades e sua gama de superpoderes cresce de modo incrível. No final dos anos 50, passa a ter visões telescópica, microscópica e infravermelha, supersopro e – pasme! – superventriloquismo! Sua velocidade também aumenta absurdamente: além de quebrar a barreira do som, ele poderia ir mais rápido que a luz e até quebrar a barreira do tempo! Surgem ainda outros sobreviventes de Krypton, como toda a cidade de Kandor, miniaturizada pelo andróide Brainiac.

Logo, os fãs da personagem começaram a questionar: “Se tanta gente sobreviveu à explosão, como Jor-El e Lara, os pais do Superman, não conseguiram?” Essas inconsistências podiam passar despercebidas ao leitor casual, mas não para os que acompanhavam todas as revistas. Assim, as vendas começam a cair.


A primeira reformulação

Para resolver o problema da queda de vendas, a National colocou o editor Julius Schwartz para substituir Mort Weisinger, que estava se aposentando. Em 1956, Schwartz revolucionara os quadrinhos da editora ao desenvolver o conceito de Terras Paralelas para corrigir certos problemas da cronologia dos personagens. Assim, ele respondia a perguntas do tipo: “Se Clark Kent se tornou o Superman apenas adulto, na década de 30, como pode ter sido o Superboy antes disso, como foi mostrado nas HQs dos anos 40 e 50?”

A explicação era “simples”: o Superman de 1938 era uma versão do herói da Terra-2; e o corrente era o da Terra-1. Isso provocou novas histórias imaginárias, como a Terra-3, onde todos os heróis eram vilões e o único combatente do mal era Lex Luthor. Nos anos 60, ao criar a Liga da Justiça juntando todos os grandes personagens em um único título, Schwartz recuperou as vendas da editora.

Logo que tomou posse, em 1971, Schwartz trouxe o escritor Denny O’Neil, que tinha remodelado a Mulher Maravilha em 1968, para reformular o Superman. Para o editor, as vendas estavam em queda porque o personagem era poderoso demais e nada podia vencê-lo.

Então, na nova versão do herói, apresentada em Superman 233, o Homem de Aço teve seus poderes cortados pela metade por uma explosão nuclear que também transformou todas as kryptonitas do planeta em ferro. Além disso, Denny O’Neil e seus companheiros, Cary Bates e Elliot S! Maggin escreveram histórias com um pano de fundo mais social e utópico, em que o Superman deixava de ser salvador do mundo para se tornar um exemplo para os humanos.

Mas outras mudanças estavam a caminho. Em 1985, ao completar 50 anos, a DC Comics decidiu fazer uma limpeza na casa e corrigir todos os problemas de cronologia que as várias Terras trouxeram. Após tanto tempo, o universo de seus personagens tinha se tornado um emaranhado de histórias imaginárias, e muitos leitores achavam as histórias da editora eram confusas demais. Ou seja, era impossível pegar o bonde andando.

Por isso, o escritor Marv Wolfman e o artista George Pérez desenvolveram a minissérie de doze partes Crise nas Infinitas Terras, na qual o cósmico Anti-Monitor passa a destruir todas as Terras existentes. Os super-heróis e vilões das várias realidades se juntam para salvar o multiverso e, no fim, vários morrem e só uma Terra sobrevive.

Assim, tudo que aconteceu nos 50 anos anteriores foi jogado fora e todos os personagens foram reformulados.

Para a última história do Superman antes da “recauchutagem”, Schwartz convocou o britânico Alan Moore e o desenhista Curt Swan. Na trama imaginária (e não são todas?) Whatever Happened to the Man of Tomorrow? (O que aconteceu ao Homem do Amanhã?), o roteirista narra o que aconteceria se o Homem de Aço tivesse de enfrentar todos os seus inimigos de uma vez. A aventura é considerada a melhor do personagem em todos os tempos.

Com os novos rumos, em 1986 a DC começou a reformulação de seus personagens. Batman foi recriado por Frank Miller; George Pérez deu à Mulher-Maravilha uma nova origem, mais ligada à mitologia greco-romana; Mike Baron mudou radicalmente o estilo do Flash etc. Enquanto isso, o artista britânico radicado no Canadá John Byrne ficou com a tarefa mais ingrata: remodelar o herói mais antigo e mais emblemático da editora.

Conhecido por seu radicalismo, Byrne não deixou por menos. Na minissérie The Man of Steel (publicado aqui na revista em formatinho Super-Homem, da Abril), deu vida a um Superman mais plausível, menos poderoso, com diversas explicações para seus poderes e origens.

Entre as principais mudanças implementadas estavam: o fim de todos os sobreviventes de Krypton, do Superboy e das kryptonitas coloridas; um Clark Kent mais importante que o Superman; o surgimento de um novo Luthor, agora não mais um supervilão obcecado em destruir o Homem de Aço e conquistar o mundo, mas um mega-empresário no estilo de Cidadão Kane; e uma nova Lois Lane, mais preocupada com suas matérias para o Planeta Diário do que em descobrir a identidade secreta do herói. Além disso, nessa nova versão os pais adotivos de Clark Kent não morreram e estão presentes na sua vida, para ajudá-lo e aconselhá-lo.

Nessa nova fase, ainda em 1986, o Superman encontra a nova versão do Bizarro (sua duplicata imperfeita), aprende sobre sua origem kryptoniana e define seu relacionamento com o Batman. Agora, eles possuíam formas diametralmente diferentes de combater o crime; não eram mais amigos, mas nutriam um respeito profundo mútuo.

Enquanto as primeiras histórias pós-Crise iam sendo contadas, notava-se que John Byrne tinha uma missão: ser inovador e diferente de tudo feito antes, mesmo que isso implicasse em modificar o personagem. Assim, em outubro de 1988, na sua última história como escritor, Byrne fez o Homem de Aço matar pela primeira vez em 50 anos.

O Superman se torna júri, juiz e carrasco de três kryptonianos liderados pelo General Zod. Muitos fãs de longa data se sentiram traídos ao ver seu ídolo maculado e as vendas caíram drasticamente.

Na tentativa de reverter o quadro, dois anos depois, o editor Mike Carlin decide mexer com a eterna namorada do Superman. Lois Lane é pedida em casamento por Clark Kent e aceita sem saber ainda que ele era o herói – o que ocorreria após dois meses. A manobra surtiu efeito, as vendas subiram, mas nada comparado com o que viria a seguir...

Em 1992, durante uma das reuniões entre Mike Carlin e seus artistas e escritores, alguém sugere, brincando, matar o personagem. O editor gosta da idéia e encarrega seu time de desenvolver a trama. Liderado por Dan Jurgens, o grupo cria o vilão Apocalypse (Doomsday, no original), uma máquina de matar que destrói tudo que vê pela frente.

A mídia especializada, especialmente a Wizard americana, abraça a idéia e o burburinho se torna enorme. Nos meses que precedem a história, a morte do Superman passa a ser o assunto do momento, sendo discutido por apresentadores de TV e pessoas que nunca leram um gibi.

Quando a revista Superman 75 chega ao mercado, a procura é tão grande, que esgota seis tiragens, totalizando mais de quatro milhões de exemplares. Obviamente, a morte não seria definitiva. E seis meses depois, o Homem de Aço volta, mas não antes de a DC lançar quatro Supermen: um afro-americano, um adolescente, um ciborgue e outro alienígena.

Em 1993, essa versão pós-Crise foi adaptada para a TV em As Novas Aventuras do Superman. Tentando atrair também o público feminino, a série fica no ar por quatro anos e, em outubro de 1996, exibe o casamento do casal de repórteres, na mesma semana em que a revista The Wedding of Superman (O Casamento do Super-Homem, Abril) chega às bancas americanas.

No mesmo ano, a DC Comics lança a minissérie O Reino do Amanhã, escrita por Mark Waid e pintada por Alex Ross, que mostra o futuro do Homem de Aço. A história narra o retorno dos super-heróis mais velhos para lutar com uma geração de jovens combatentes do crime violentos e inconseqüentes.

Esse resgate nostálgico dos personagens clássicas firma-se como uma tendência no final dos anos 90 e início do novo século. Tanto que, em 2001, a Warner Bros. lança a série de TV Smallville, focada na adolescência do Homem de Aço e que retoma dezenas de elementos dos quadrinhos do Superboy pré-Crise, como o fato de Lex Luthor e Clark Kent terem sido amigos na juventude.

O sucesso foi imediato e duradouro. Tanto que começou a influenciar as HQs. Por isso, em 2003, a DC Comics reformulou de novo a origem do Superman, acrescentando os elementos de Smallville, na minissérie Superman – O Legado das Estrelas escrita por Mark Waid e desenhada por Leinil Francis Yu. A obra mistura todas as origens do herói. Alguns fãs gostaram, outros odiaram, afinal, a confusão para os leitores foi grande.

Para completar esse retorno ao universo pré-Crise, em 2005, a DC Comics lançou a megassérie Infinite Crisis (sairá este ano no Brasil pela Panini), comemorando o 20º aniversário de Crise nas Infinitas Terras. E a história trará uma enorme surpresa para os fãs da velha guarda do Superman.

Perto de completar 70 anos, o Superman – seja nos quadrinhos, nos desenhos animados ou no cinema – segue como um verdadeiro ícone da cultura pop mundial. A luta sem fim pela verdade, justiça e o american-way continua...


Dez grandes artistas do Super

Desde 1938, o Superman foi retratado por centenas de bons desenhistas. Confira dez dos maiorais em todos os tempos. A ordem do ranking? Que cada um faça a sua!




Joe Shuster

Com um traço simples, mas poderoso, concebeu visualmente o Superman, dando início à Era de Ouro dos quadrinhos de super-heróis.



Wayne Boring

Maior e melhor! Boring deu mais força física ao herói, transformando-o num verdadeiro Homem de Aço. Seu traço era mais rebuscado.



Curt Swan

O desenhista definitivo do Homem de Aço. Passou mais de 35 anos fazendo o herói, praticamente sem mudar uma linha do seu traço.



Neal Adams

Maior capista do Superman, dono de um traço anatomicamente perfeito, tornou o personagem verossímil.



Jack Kirby

Quando o Rei chegou à DC, em 1970, deu nova vida às HQs do Superman, criando Darkseid, os Novos Deuses e o conceito do Quarto Mundo.



José Luis García-López

Sucessor natural de Swan e Adams, a partir dos anos 70 foi responsável por toda arte para merchandising do Superman e do Universo DC.



John Byrne

Reformulou o personagem, recriando suas origens e remetendo-o de volta ao original de Siegel e Shuster, sempre com um traço marcante.



Dan Jurgens

Nos anos 90, Jurgens foi o responsável pela morte da Superman, pela saga do Superman Elétrico e pelo casamento do herói.



Alex Ross

Pintor hiper-realista, Ross, no final dos anos 90, fez um Superman tão realista que o personagem parecia estar vivo.



Jim Lee

Aclamado pelos fãs de quadrinhos, levou a revista mensal do Superman novamente ao topo das vendas no mercado norte-americano.


Muito além das páginas

Em tantos anos de combate ao crime, o Homem de Aço alçou vôos que o tiraram das páginas dos gibis e o levaram a várias outras mídias, como você confere abaixo.

Ano

Original

Descrição

Versão Brasileira

1940 a 1951

The Adventures of Superman

Série de rádio produzida pela Mutual/ABC/Columbia

1941 a 1942

Superman

 

Série animada de cinema produzida por Max Fleischer

Super-Homem

1948

Superman

Seriado de cinema produzido pela Columbia Pictures

Super-Homem

1950

Superman vs. Krypto-Man

Seriado de cinema produzido pela Columbia Pictures

O Homem-Atômico contra o Super-Homem

1951

Superman and the Mole Men

Longa-Metragem

Super-Homem e os Homens-Toupeiras

1953 a 1957

The Adventures of Superman

Série de TV

As Aventuras do Super-Homem

1966

It's a Bird, It's a Plane, It's Superman

Musical na Broadway

1966

The New Adventures of Superman

Série animada de TV produzida pela Filmation

As Novas Aventuras do Super-Homem

1973 a 1986

Super-Friends

Série animada de TV produzida pela Hanna-Barbera

Super-Amigos

1978

Superman: The Movie

Longa-Metragem

Superman: O Filme

1980

Superman II

Longa-Metragem

Superman II: A Aventura Continua

1983

Superman III

Longa-Metragem

Superman III

1987

Superman IV: The Quest for Peace

Longa-Metragem

Superman IV: Em Busca da Paz

1988

Superman

Série animada de TV produzida pela Ruby-Spears

Super-Homem

1988 a 1992

Superboy

Seriado de TV

Superboy

1993 a 1996

Lois & Clark: The New Adventures of Superman

Seriado de TV

As Novas Aventuras do Superman

1996 a 2000

Superman: The Animated Series

Série animada de TV produzida por Bruce Timm

Superman: A Série Animada

A partir de 2001

Smallville

Seriado de TV

Smallville: As Aventuras do Superboy

A partir de 2001

Justice League

Série animada de TV produzida por Bruce Timm

Liga da Justiça

A partir de 2005

Krypto the Superdog

Série animada de TV produzida pela Warner Bros.

Krypto, o Supercão

2006

Superman Returns

Longa-Metragem

Superman: O Retorno

Fabio Alexandre Rocha Marques é um dos mais ardorosos fãs brasileiros do Homem do Aço, mas como seus cabelos estão indo embora, está mais parecido com Lex Luthor. Sorte dele que já achou sua "Miriam Lane". 


Ensaio publicado originalmente na revista Wizard Brasil #31 pela Panini Comics Brasil editada por Sidney Gusman em abril de 2006.