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quarta-feira, dezembro 24, 2014

Comic Con Experience 2014

Comic Con Experience 2014
#CCXP2014

Em 6 de Dezembro de 2014, estive na primeira Comic Con Experience, organizada pelo Omelete.com.br e pelo Chiaroscuro Studios. Realizado no São Paulo Expo Center na zona sul de São Paulo.

Superman Returns costume

Daniel HDR

Eddy Barrows

Cosplaying

Cris Peter

Eduardo Pansica

Joe Prado

Paulo Siqueira

Júlio Ferreira

Dave Johnson

Sean Gordon Murphy

Rafael Albuquerque

Cosplaying

My Little Damn Ponies

Comix Book Store at CCXP

Rod Reis

CCXP 2014

Superman and Supergirl

Supergirl

Superman Statue

More Superman statues

Paulo Gustavo Pereira

Christopher Reeve Figure

Man of Steel Diorama

José Luis García-López

Klaus Janson

The Man of Steel figures

Henry Cavill as The Man of Steel

Russell Crowe as Jor-El

Comic Geek Food

Warner Bros. at CCXP

Ivan Reis

CCXP 2014

Leaving CCXP 2014

CCXP Official Program 2014

terça-feira, março 15, 2011

O Super-Homem de JMS


Com menos de seis meses, J. Michael Straczynski deixa o título mensal Superman. Alguns sites, como o Comics Alliance, já chutaram o balde em relação o arco Grounded. De verdade eu ainda aguardo o fim de história e do arco completo para tecer minhas considerações. Como sabemos que Chris Roberson deve continuar escrevendo o arco com a ajuda dos plots do JMS, o melhor é aguardar. JMS provavelmente está mais preocupado agora com sua saúde, motivo dos atrasos de Superman #704 e #705, o roteiro do filme Thor e o novo Superman: Earth One.

Não creio que o Straczynki prejudicou o Super-Homem. Nem em Grounded, que ainda não acabou, e muito menos em Earth One. Só acho que ele perdeu um bela oportunidade. Lhe deram as ferramentas, as melhores que a DC tem, para fazer um grande trabalho. E ele desperdiçou.

Não vou nem comentar o que ele fez com o Homem-Aranha, não li e não leio o Aranha atual. O Aranha pra mim morreu quando o Steve Ditko deixou o personagem. Faz tempo. Ditko era o Aranha, e vice-versa. Diferente da DC, a Marvel foi, na sua origem, uma editora autoral. Quando Kirby e Ditko pararam de produzir o seu melhor para o editor Stan Lee, a Casa das Idéias deixou de existir.

Voltando ao Earth One. A DC, Berganza e Didio, colocaram um artista de boa qualidade para dar vida à origem do Straczynki. Shane Davis não é um Neal Adams, nem de longe, mas também não é o Rob Liefeld. A arte final de Sandra Hope e as cores de Barbara Ciardo impressionam. Todo o tratamento do hardcover impressiona. Eu já vi a DC fazendo coisa mais bem produzida, mas pela pequena bagatela de US$ 19,99 foram poucas nessa qualidade gráfica tão boa. Claramente a DC estava apostando, e ainda está, que Earth One vai abrir o caminho da editora nas livrarias, longe das comic shops, para fazer frente, e que dirá seguir os passos, aos livros da juventude de hoje em dia: Harry Potter, Twilight, Guardians of Ga'Hoole, etc. A DC gastou dinheiro para produzir um produto para um público diferente. Mas como a experiência com Alex Ross e seus tablóides no final dos anos 90 já demonstrou: uma andorinha não faz verão. Que dirá uma andorinha sem qualidade.

Me parece, que o problema de Earth One é o mesmo que Superman Returns. Tem originalidade, tem qualidade, mas apenas na primeira parte da história. No primeiro ato, Straczynki mostra que "PUTA" escritor ele é. O jovem Clark Kent que ele cria é algo de primoroso. Mas quando chega as cenas de confronto e ação, obrigatórias (eu acho), ele se perdeu: Clichês, um vilão tosco, flashbacks mal colocados. Até a arte do Davis está fraca e parada nas cenas de ação...

O segundo ato é todo perdido, de verdade ninguém que conhece o Super-Homem sente o menor suspense no confronto. A Lois, que deveria ser a chave da história (sempre), está totalmente apagada. O Jimmy e o Perry aparecem mais que ela. Já o terceiro ato tenta recuperar um pouco, mas não rola, pois o JMS quis mostrar que sabia escrever como jornalista e nos presenteou um texto super bobo de Clark Kent e outro bobinho de Lois Lane.

O problema maior disso tudo é que com a "mecânica" do sistema de solicitações da Diamond Comics que rege o mercado de quadrinhos americano, essa pequena besteira chamada Earth One vendeu que nem água para o preço e formato apresentado. A DC, e seus novos editores executivos, ficaram maravilhados com a grana que fizeram com a pré-venda. E encomendaram outro Earth One pro JMS, que não é bobo nem nada, correu da dificuldade que é escrever um gibi mensal (que dirá dois gibis mensais, contando com Wonder Woman) para tentar repetir a proeza.

Quanto a Grounded, erraram desde o começo, pagaram pra ele todo o dinheiro do mundo, tanto que economizaram no artista. Me desculpem os brasileiros que curtem Eddy Barrows, mas a arte dele é fraca para um arco dessa pretensão. Claramente a DC o escolheu pois nosso cambio deixa o trampo dele, e de outros, baratinho, e como já estavam gastando os tubos com o salário hollywoodiano do JMS.

Em março de 2010, eu deixei um comentário no The Source sobre a escolha do Barrows:

Fora a baixa de qualidade, tanto ele, quanto JMS, não foram capazes de entregar nem 6 meses de revistas em seqüência. Superman #704 e #706 foram feitas por outros escritores e artistas. Barrows teve que pedir ajuda para completar Superman #705, e sejamos sinceros o trabalho de Wellington Dias e Eber Ferreira nestas edições não é o que se espera para o Homem de Aço. E agora outro escritor vai ter que ficar com o problema, e resolver...

Coitado do Chris Roberson, praticamente todos os reviews sobre Superman #707 clamam a edição como uma das piores edições do Super-Homem em muitos anos. Bom, Superman #707 não é a pior história do Super-Homem de todos os tempos como apregoaram muitos críticos, alias é impressionante como a Internet e os blogs estão criando uma geração tão crítica. Superman #707 talvez seja a pior revista do arco Grounded, que vem numa descendente incrível, e com certeza é a pior história do Super-Homem dos últimos 5 anos.

É ruim pois nem Stracynski e nem Chris Roberson conseguiram entender que o Super-Homem é um personagem de literatura fantástica, de ficção científica, que funciona melhor em parábolas sobre a vida real do que quando escrita como um drama realístico. Denny O'Neil descobriu isso logo quando fez sua reformulação do Super-Homem em 1971. Stracynski deveria saber disso por gostar e conhecer tanto o personagem, e também por ter escrito parábolas lindas em Babylon 5. Chris Roberson ainda é um ilustre desconhecido, não dá pra saber o quanto ele "ajudou" nessa história em particular.

A revista também é ruim por causa da arte dos cearenses Allan Goldman e Eber Ferreira. As cores do terceiro brasileiro, Marcelo Maiolo, estão boas, mas a arte em si é realmente fraca. Parece ter sido feita as pressas. É pior do que todo o trabalho que Eddy Barrows estava fazendo no começo do arco. Realmente parece que a DC resolveu torrar o dinheiro no escritor hollywoodiano e economizou nos artistas.

Mas o que estraga a edição é a falta de capacidade dos escritores em fazer uma história de ambiguidade moral com o Super-Homem. Que falta eu sinto de Elliot S! Maggin, um dos únicos escritores do Super-Homem que conseguiu fazer temas reais funcionar com o Homem de Aço. Teve Jerry Siegel, claro, Buziek, Paul Dini, Mark Millar... Parece que Stracynski e Roberson confundiram o Super-Homem com George Bush, ou pior, com o EUA da atualidade. E o Super-Homem não é um estadunidense. Se eles queriam provocar controversia, que fizesse com qualidade.