terça-feira, fevereiro 18, 2020

As Melhores Histórias de Quadrinhos do Super-Homem: A Morte do Super-Homem

As Melhores Histórias de Quadrinhos do Super-Homem

The Death of Superman
"The Death of Superman"
Superman vol. 1 #149 (Novembro de 1961)

Escrita por Jerry Siegel
Desenhada por Curt Swan
Finalizada por George Klein
Letras por Ira Schnapp
Editada por Mort Weisinger
Capa por Curt Swan e George Klein
Editor Executivo Whitney Ellsworth

Publicada no Brasil em:
Superman BI 1ª Série #32 (EBAL, Julho de 1970)
Coleção Invictus #17 (Nova Sampa, Março de 1995)
Superman Antologia (Panini Comics, Novembro de 2020)

O que aconteceria se o co-criador do Super-Homem escrevesse a derradeira história do Homem de Aço. E no final das contas essa é a premissa de “The Death of Superman” escrita por ninguém mais, ninguém menos que o próprio Jerry Siegel. Depois de ter processado a National Publications em 1948, Siegel e Shuster perderam seu contrato de exclusividade que tinham desde 1938 e deixaram o Super-Homem para nunca mais voltar...

Até que, 11 anos depois, Joanne Siegel, antiga namorada de Joe, esposa de Jerry e modelo original da Lois Lane, telefonou para o editor do Super-Homem Mort Weisinger e exigiu que Mort desse uma oportunidade para seu marido voltar a escrever quadrinhos na DC. Weisinger permitiu que ele voltasse a escrever histórias, mesmo do Homem de Aço, com a condição que ele recebesse o mesmo valor por página que qualquer outro escritor freelancer e que nunca mais voltasse a falar sobre os direitos autorais do personagem kryptoniano. Durante essa fase anônima, onde ele não creditado como autor das histórias, Siegel novamente revolucionou seu personagem.

Publicada na título mensal do herói em novembro de 1961, Jerry dividiu a história em três partes, nela ele visita ínumeros os mitos e personagens do Homem de Aço, alguns criados por ele e Shuster, outros criados durante sua ausência. Mas principalmente, nessa história imaginária, ele transforma Lex Luthor no mais brutal e maquiavélico vilão dos quadrinhos. Luthor cria um plano final, sagaz e diabólico, para eliminar seu arqui-inimigo definitivamente. E tem sucesso, no fim da história o Super-Homem morre e continuo morto. E diferente de qualquer outro vilão de quadrinhos, filmes ou séries, Luthor não faz um grande monólogo para contar seu plano. Ele se aproveita da bondade e ingenuidade do Super-Homem para atraí-lo e traí-lo. E finalmente quando ele aniquila o Homem de Aço com uma dose mortal de kryptonita, além de ficar ao lado do corpo esverdeado e moribundo, ele força de forma sádica que os melhores amigos do herói: Lois, Jimmy e Perry; vejam a morte em pessoa e ao fim, numa frieza brutal, ele verifica clinicamente que o kryptoniano está morto e comemora a vitória na frente de todos. Mesmo a capa original da revista é pesada para os dias de hoje. Só se pode imaginar como o Comics Code Authority aprovou uma capa tão mórbida.

O texto de Siegel, como sempre, é simples e cadenciado mantendo o leitor preso a narrativa até o final revelador e surpreendentemente arrepiante, a construção da história é típica do auge da Era de Prata, principalmente para uma história imaginária, mas devido ao tema que explora, essa narrativa é especialmente emotiva e intensamente madura para uma história da fase editada por Weisinger, é patente que Siegel definitivamente queria matar o Super-Homem, talvez devido aos vários anos de ostracismo profissional que ele vivia. Talvez fosse mágoa por tudo que Donenfeld e Liebowitz tinha feito ele passar. Talvez fosse a tristeza de ter visto seu personagem ter sido tirado de suas mãos.

Para acompanhar o texto de Siegel, Weisinger acertadamente escalou o principal artista da editora, Curt Swan. Nada tão perfeito poderia ter aconteceido, o lendário desenhista do Super-Homem, que fez o personagem por 30 anos praticamente ininterruptos, entrega uma obra-prima visual. É possível sentir toda a carga emocional nas linhas clássicas de Swan. E apesar de melodramática, a arte é leve, perfeita e bonita, George Klein capricha na arte-final e evita sair do traço original de Swan, mantendo o estilo clássico e icônico do artista.

E uma pena que no Brasil, que essa história só tenha sido republicada por aqui em preto-e-branco tanto pela EBAL em maio de 1970 quanto na última vez pela Nova Sampa na Coleção Invictus #17 no longíquo março de 1995. Nos EUA, a DC Comics já a republicou sete vezes com especial destaque nos encadernados de aniversário de 50 anos e 75 anos do personagem celebrando as melhores histórias do Super-Homem de todos os tempos.

Sendo a primeira vez que o Super-Homem morre nos quadrinhos é interessante reparar como essa história influenciou as sagas gigantes dos anos 90: Morte do Super-Homem, Funeral para um Amigo e Retorno do Super-Homem. Ao "matar" o Super-Homem em 1992, o editor Mike Carlin e sua turma de artistas e escritores liderados por Dan Jurgens claramente trouxeram inúmeras referências, idéias e homenagens dessa história original de Jerry Siegel.

por Fabio Marques (17/02/2020)

Superman #149 (DC Comics, November 1961)
Superman #149
"The Death of Superman"
DC Comics, November 1961



terça-feira, fevereiro 04, 2020

Superman & Lois, a nova série do Super-Homem




Superman & Lois, a nova série do Super-Homem

A atriz Elizabeth Tulloch e o ator Tyler Hoechlin, da série de TV Supergirl, reprisam seus papéis como o super herói mais famoso do mundo e a jornalista mais famosa de Metrópolis na nova série Superman & Lois no canal americano CW.
Superman & Lois é um dos dois shows desse ano 2020 que já ganharam um "pickup" logo de início da temporada do canal The CW (o reboot de Walker, Texas Ranger, estrelado por Jared Padalecki, de Supernatural, é o outro). Depois do sucesso do mega-crossover Crise nas Terras Infinitas, não é de admirar que essa adição da rede ao seu crescente repertório de séries baseadas na DC Comics seja de pessoas conhecidas do Arrowverse, o produtor executivo de Flash e o ex-showrunner Todd Helbing e os produtores Greg Berlanti e Geoff Johns, estão por trás do programa, que é obviamente baseado nos personagens criados por Jerry Siegel e Joe Shuster.
Nessa nova roupagem, teremos o primeiro casal dos quadrinhos em um novo estágio da vida. Enquanto que em Smallville de Alfred Gough e Miles Millar era sobre a adolescência de Clark Kent, e a série dos anos 90 de Deborah Joy Levine Lois & Clark: The New Adventures of Superman mostrou o início do relacionamento e o casamento do casal icônico, Superman & Lois mostrará os dois personagens lidando com todo o estresse, as pressões e as complexidades que advêm de serem pais que trabalham.
Quando a série começa, Lois Lane ainda está trabalhando no Planeta Diário, enquanto Clark Kent acaba de ser demitido após um plano de demissões em massa no jornal. Sua mãe adotiva Martha Kent mora sozinha na fazenda onde ele cresceu em Smallville após o falecimento de seu marido Jonathan Kent. Lois e Clark são pais de gêmeos, Jonathan e Jordan Kent, com treze anos, eles são muito diferentes, tanto fisicamente quanto psicologicamente. Jonathan, interpretado por Jordan Elsass, é o popular, um atleta que está prestes a entrar no principal time do colégio, enquanto Jordan, interpretado por Alexander Garfin, é mais introvertido, propenso a ansiedade e muito dedicado aos computadores e videogames. Eles não sabem quem realmente é o pai deles... ainda. E eles podem ou não ter herdado seus poderes.
O pai de Lois, o general Samuel Lane, também está na série e sabe sobre os poderes do genro. Lana Lang também tem papel importante na nova série. Ela é trabalha num banco e ainda mora em Smallville, com o seu marido bombeiro Kyle Cushing e suas filhas, Sarah, de quatorze anos, e Sophie, de oito anos. E vivem um drama familiar: Kyle é alcólatra e Sarah tentou tirar a própria vida há um ano.
Já o Super-Homem tem um novo inimigo nesta nova versão da história, que aparece como The Stranger (O Estranho) no episódio piloto, cuja verdadeira identidade é revelada no final do episódio...